terça-feira, 20 de outubro de 2015

Sobre o marxismo universitário

Esses dias durante uma aula de Economia do Setor Público me deparei com uma afirmação bem incisiva de uma amiga muito querida por mim: "Os empresários são pessoas ruins. Eles abrem uma empresa junto com um monte de gente, pessoas que eles precisam, e no meio de uma crise preferem demitir esses funcionários, traí-los, a diminuir seus lucros. Preferem mandar pessoas embora do que lucrar um pouco menos."

É claro que eu fico chateada com esse pensamento marxista, predominante no meio acadêmico, que cria um estigma sobre milhões de pessoas que produzem, geram empregos, ralam, acordam cedo e trazem desenvolvimento para o país e mantêm esse governo enorme e ineficiente através de altos impostos, mas não pretendo refutá-lo ou se quer respondê-lo aqui. O que eu queria mesmo, era falar sobre o quanto o Brasil perde com essa mentalidade.

Enquanto alguns dos nossos acadêmicos e políticos patinam na lama de idéias atrasadas, preconceituosas e superadas, discriminando abertamente quem investe o próprio dinheiro para abrir um negócio, os modernos países desenvolvidos captam nossas mentes engenhosas e brilhantes, atraindo-as com tecnologia, apoio ao empreendedorismo, baixos impostos e estrutura inovadora e calorosas boas-vindas.

E esse é o preço que se paga por viver uma teoria: o desfalque na realidade. Ouço o tempo todo o "capitalista", o "proletário", os "meios de produção", termos da era da revolução industrial, que nem ilustram a realidade infinitamente mais complexa de hoje. Seria ótimo abaixarmos o roteiro de falas prontas e olharmos o mundo como ele é. O "burguês" de hoje pode ser o favelado de ontem, o "pobre injustiçado" de agora pode ser o "grande capitalista" de amanhã. Isso acontece o tempo todo fora dos livros, basta ver. A teoria marxista é só uma teoria dentre várias outras (e diga se de passagem, superada em países bem-sucedidos economicamente), mas por que é tão difícil encontrar uma justificativa para essas mudanças de classe social no material de estudos da universidade? Porque elas só são possíveis em países livres, respeitosos às leis seculares e "capitalistas", o que eu jamais vi sendo explicado nos livros sugeridos. Sim, o livre mercado, como uma consequência da liberdade que existe dentro da sociedade, onde as decisões feitas de baixo para cima (população > Estado) são respeitadas e onde há confiança e coerência no sistema de leis, é o modelo que permite tais transições, e apenas através desse modelo conhecemos uma sociedade livre de castas fixas, onde as pessoas podem se deslocar livremente entre as camadas sociais de acordo com seus estilos de vida e competência. Mas nunca ouvi falarem isso no ambiente universitário.

Ser contra o capitalismo, pra mim, é rejeitar o resultado do único modelo que conhecemos que nos possibilita mudar de classe social, e o único jeito de o empregado se tornar empregador; e ser contra empresários é ter uma idéia fantasiosa de que existe uma "categoria" que traz infelicidade para o mundo, quando na verdade, sem eles não há estrutura para atender a tanta gente viva com tantas necessidades.

Mas enquanto se proliferam os discursos socialistas por aqui, os odiados empreendedores brasileiros voam para onde são bem-vindos, levando aquela oportunidade de tornar o Brasil um país atual que a gente tanto queria, mas esperava sentado, reclamando e falando mal dos caras de exatas e biológicas.

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-"Quando se fala em Reino Unido, todo mundo pensa na família real, na história, em Shakespeare e coisas mais tradicionais. O que está faltando nessa perspectiva dos brasileiros é a realidade. Somos um país moderno. E com uma força enorme em indústrias criativas”, diz Joanna."

-"Pensando em incentivar os brasileiros a fazerem negócios na Grã-Bretanha, o escritório de negócios do consulado traz esta semana ao país o especialista em tecnologia do UK Trade & Investment Chris Moore para uma rodada de palestras e visitas a empresas com potencial de expansão internacional."

-“A cidade de Londres tem um custo similar ao de São Paulo, mas é possível encontrar outras cidades, como Manchester e Bristol, que são mais baratas e oferecem uma forte infraestrutura de TI, uma rede de universidades próximas e mão de obra qualificada”, afirmou Moore em encontro com empresários na sede paulistana do Banco Santander nesta segunda-feira, 21."

-"A carga tributária no Reino Unido é menor que no Brasil (o imposto de renda de pessoas jurídicas, por exemplo, é de 20% contra 35% por aqui) e empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento recebem incentivos na forma de renúncias fiscais. Outra vantagem de uma expansão em solo britânico é facilitar a entrada na Europa continental, um mercado consumidor maior do que o norte-americano."

http://exame2.com.br/mobile/tecnologia/noticias/reino-unido-atrai-startups-brasileiras-em-busca-de-expansao

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