--"Novo salário mínimo deve injetar R$57 bi na economia";
--"Walmart inicia fechamento de 30 lojas no país"; e
--"Um terço da desigualdade de renda vem da ação do governo".
Nessa ordem.
O aumento do salário mínimo, imediata e superficialmente, causa a sensação de que o trabalhador menos qualificado ganhará um pouco mais, portanto, terá mais dinheiro para consumir ou poupar, o que aquecerá a economia. O raciocínio pode estar precipitado.
-Então você está dizendo que os funcionários mais caros deixarão de ser contratados?
Já reparou como a ideia de primeiro emprego assusta? Você sabe que não tem experiência e precisa passar por inúmeras entrevistas. O que eles vão me cobrar e... onde eu tiro minha carteira de trabalho?
É uma fase de insegurança e até depressão para muitos de nós.
Os empregos mais simples e mais baratos são a porta de entrada dos jovens sem experiência e com tempo livre para a vida profissional; mas eles têm sumido. O mercado respira, e você precisa entrar no organismo para saber como ele realmente funciona, para se especializar, treinar seu comportamento e postura, aprender a agradar e se posicionar firmemente quando preciso. Muito se engana o jovem que desacredita na importância da personalidade profissional, que só é desenvolvida e afinada com a experiência.
Os salários baixos existem para dar oportunidades para quem precisa e não está tão preparado, para serviços facilmente substituíveis, ou para vagas com muita oferta, não são pensados para o sustento de famílias. Se cada salário for planejado para sustentar 4 pessoas, teríamos pelo menos dois pontos para refletir: Por que o governo simplesmente não aumenta o mínimo para R$3.000? E, quem pagaria R$3.000 mais benefícios e impostos (em torno de R$6.000 no total) por um cuidador de idosos, pela moça que aperta os botões no elevador, ou pelo rapaz que confere tickets no cinema?
-Vale lembrar que ao fechar um mercado, quase a totalidade dos empregos perdidos são de mão-de-obra não qualificada (caixas, empacotadores, carregadores, repositores e pessoal da limpeza).
O aperfeiçoamento da mão de obra é sim louvável (ou alguém ousa dizer que preferiria retomar a profissão de limpador de penicos em vez de utilizar uma privada automática?), mas quando feito por meio da canetada (top down), em vez de ser gradual, acompanhar o avanço tecnológico e cultural, ele tende a ser taxativo e agressivo, extinguindo empregos sem deixar que se desenvolvam naturalmente profissões mais modernas e adaptadas antes dele. O resultado são imensos aglomerados de desempregados sem perspectiva e frustrados por não se encaixarem adequadamente no organismo mais vivo, indomável e inescapável da nossa sociedade: a economia. Os resultados, vemos nos jornais: aumento da criminalidade e maior desigualdade econômica.
Agora que falei o que me veio à cabeça quando li aquele combo de notícias:
-Um terço da desigualdade? Ah, conta outra!
-http://m.folha.uol.com.br/mercado/2015/12/1724262-novo-salario-minimo-vai-injetar-r-57-bi-na-economia-diz-dieese.shtml?mobile
-http://exame2.com.br/mobile/negocios/noticias/walmart-aproveita-virada-do-ano-para-iniciar-fechamento-de-30-lojas-no-pais
-http://exame2.com.br/mobile/revista-exame/noticias/e-o-estado-piora-esta-diferenca
-http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=92
-http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=227
-http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=680
-http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=339
-https://youtu.be/cDH4oZWN5hY