sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Liberdade, estatização dos alimentos e eficiência

As vezes parece meio complicado explicar por que uma pessoa do bem defenderia o fornecimento de produtos básicos (Saúde, Segurança, Transporte, Educação..) pelo mercado (pelas pessoas, por nós mesmos) em vez de fazê-lo pelo Estado (burocratas e políticos). Pois bem, a lógica é bem simples.

Você é a favor de acabar com a fome, certo? Todos somos. Então por que não pedir ao governo que também nos dê comida?

Provavelmente isso não soou bem. Depender dos mesmos funcionários que deveriam nos fornecer hospitais e escolas para comer é um tanto assustador. Primeiro pela incerteza de que a comida chegaria; segundo pela qualidade dela; terceiro porque você provavelmente não quer passar o resto da sua vida na fila para comer no RU. Ora, estou muito bem assim, com meu dinheirinho para poder escolher o que melhor me atender, seja fazendo compras no mercado e cozinhando em casa, seja comendo rodízio ou seguindo uma dieta saudável com uma nutricionista. Não gostamos de comer as mesmas coisas, temos necessidades prioridades e orçamentos diferentes.  Mas espera, isso não se aplica a outros serviços essenciais?

Saúde: Somos biológica e psicologicamente diferentes. Alguns passam pela vida estacionando em cirurgias, outros em psiquiatras, algumas tendo filhos toda hora, outras têm saúde de ferro. Precisamos mesmo de um Sistema Único de Saúde para milhões de pessoas diferentes? Todos pagam um sistema que mal atende os mais necessitados. Imagine se cada um pudesse ter seu plano de saúde individual, feito sob medida. Muito seria poupado.

Transporte: o transporte livre já se provou mais eficiente. O aplicativo de caronas pagas Uber é mais barato do que o táxi e tem qualidade superior. Mas não paremos por aí, e quanto às vans que costumavam atender as pessoas que buscavam uma alternativa ao ônibus lotado, já projetado para transportar a maioria dos passageiros em pé? Tinham rotas mais adequadas aos consumidores, pois eram feitas por quem também usava o transporte público. Tirar o monopólio dos ônibus oferecidos pelos governos traria milhares de empreendedores com novas idéias para descongestionar nossas avenidas entupidas, e o melhor: sem pesar o orçamento público, pois o investimento seria diluído e todos ganhariam com a eficiência.

Educação: Olhe para nossas escolas e universidades. É de dar dó. O Estado já se provou e comprovou ineficiente no cuidado da estrutura escolar e acadêmica das instituições brasileiras. Por outro lado, muitas iniciativas privadas voltadas para o ensino se destacam pela qualidade e satisfação de quem contrata o serviço. Por que não expandir para quem pode pagar menos? É mais do que possivel.

Segurança: Precisamos sim de uma polícia eficiente, mas nos demos conta de que ela nunca será unipresente? Cada um conhece o ambiente que frequenta e tem uma boa idéia dos riscos que corre. Há lugares onde eu me sentiria tranquila e sem necessidade de uma proteção especial, mas há outros que eu sei que corro perigo. O direito de defesa através de instrumentos desenvolvidos para esse fim (sim, armas) deveria ser respeitado, afinal, desde os primórdios é nossa condição natural podermos nos defender e prevenir. Claro que com o devido treinamento, com avaliações de ficha criminal e etc. Como deve ser.

Agora pense, o Estado insiste em controlar esses setores, mas deixa a produção e distribuição dos alimentos para a iniciativa privada. Você já viu algum político, em regimes democráticos, defender a estatização da comida? Provavelmente porque nenhum deles quer perder o cargo em alguns dias, então reconhecem sua incapacidade de gerenciar algo tão ingerenciável e perigoso. A fome é capaz de mover multidões, põe em risco o controle social, a aprovação do governo e a estabilidade. Mas e a saúde? Deixe falecer; a educação? Melhor que sejam quase burros; e a segurança? Ninguém tira governo por isso. Está aí a resposta para uma pergunta raramente feita, que muda toda a perspectiva sobre o assistencialimo social.

Mas, Mônica - você diria - de onde vai sair o dinheiro para pagar plano de saúde, porte de arma, escola, universidade...? Está maluca.

Bom, de toda partida há uma contrapartida. Você já paga por tudo isso através de impostos, taxas e contribuições, já pensou?

Hoje, trabalhamos um pouco mais de ~meio ano~ para bancar um Estado enorme, que usa grande parte desse dinheiro para pagar funcionários públicos e seus pequenos (e grandes) luxos, e outra parte do seu dinheiro para pagar essas coisas para você. Epa, não soa estranho?
Você -> pagar um político -> para mandar um burocrata -> contratar uma empresa -> para dar algo a você.
Acho que se pulassemos algumas etapas o processo ficaria mais barato, rápido e acurado. Você sabe de quais eu estou falando. Por isso, como liberal, insisto em dizer que mesmo que o governo seja extremamente eficiente (como os governos dos países nórdicos) o processo todo ainda sairá mais caro e menos eficiente, pois há mais gente envolvida que deverá ser paga para estar ali no meio, mesmo sendo desnecessário. Sem tantos políticos e funcionários públicos, sua carga tributária poderia ser em torno de 30% menor.

Pense nisso: Você -> contrata uma empresa -> para te dar algo. Ah, bem melhor agora :)

Mais dinheiro no bolso (muito mesmo) para fazer da sua vida algo individual e personalizado. Não mais público e coletivo. É bom pra todos, acredite.